Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
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As Descobertas de Uma Antropóloga nos Bastidores do STJ

Sara Munhoz, antropóloga e pesquisadora associada ao Hybris – Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Relações de Poder, Conflitos e Socialidades (UFSCAR/USP) concedeu uma entrevista a Revista Boletim AASP, na qual contou sobre sua tese de doutorado intituada “A paixão do acesso: uma etnografia das ferramentas digitais e da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça”que foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sob a orientação do Professor Doutor Jorge Luiz Mattar Villela. Neste trabalho Munhoz descreve as relações complexas e cada vez mais entrelaçadas entre o Direito e a Informática, e entre os conceitos de acesso e de democratização da justiça. Com suas próprias palavras a autora nos conta um pouco sobre seu trabalho: “Examinei como exigências aparentemente contraditórias, mas ambas indispensáveis, são atendidas pelo STJ. O tribunal dedica muita energia em incansáveis esforços de síntese: ele deve pacificar, uniformizar e diminuir a quantidade de processos circulando e de sentenças sendo promulgadas. Esforça-se para precisar dizer cada vez menos e para que seus enunciados sejam cada vez mais influentes. Para isso, deve se apresentar, em alguma medida, como parcialmente inacessível: o que já determinou não pode ser reiteradamente ratificado, confirmado e reafirmado. Assim, cria mecanismos processuais e administrativos para erigir barreiras em que regulem suas entradas. Simultaneamente, precisa lidar com as exigências de abertura total, muito atreladas à retórica da modernização digital, da velocidade das redes e das plataformas, da democratização dos dados. Portanto, controle estrito dos portões de entrada, por um lado, e, pelo outro, ampla abertura dos portões de saída, pela divulgação das decisões já promulgadas em ferramentas digitais de busca e de recomendação”.

 

Acesse a entrevista completa em: Boletim AASP – 3174