Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
UFSCar

Projetos de pesquisa ▹ Troca e linguagem na obra de C.Lévi-Strauss.

Marcos Lanna

Título: Troca e linguagem na obra de C.Lévi-Strauss.

Resumo: Lévi-Strauss afirma em O pensamento selvagem fazer teoria das superestruturas. O que seria esta teoria? Sem desconstruir a noção de infraestrutura, nem deixar de recuperar algo da contribuição marxista, traz para o domínio das superestruturas fenômenos tidos por outros cânones das ciências sociais como infraestruturais: desde as estruturas elementares do parentesco do sudeste asiático, onde o casamento está estruturado como linguagem, as ocupações, o trabalho, nas Mitológicas e Oleira ciumenta, as máscaras em Via das máscaras, objetos e construções em Olhar, escutar, ler e no seu último artigo publicado em vida “Hourglass configurations”. Este procedimento dá coerência à obra de Lévi-Strauss e mostra ser linguagem articulada (no sentido de Saussure, Benveniste, Jakobson) o que outros autores tomam como infraestrutura. Dito de outro modo, a linguagem articulada, em Lévi-Strauss, é mais do que mera superestrutura. Fenômenos como arte e culinária foram tratados por Lévi-Strauss como linguagem. Em que medida outros, como a política, ou o futebol, podem e devem ser compreendidos como linguagem?