Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
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Eventos do PPGAS ▹ II Simpósio Internacional Métis – Artes e semânticas da criação e da memória

imagem do evento

 

25 e 26 de junho – FFLCH/USP, Prédio da Ciências Sociais, sala 8

27 de junho – Centro de Pesquisa e Formação Sesc São Paulo*

*É necessário fazer a inscrição no site do CPF Sesc

**O evento será transmitido pelo canal da FFLCH/USP no Youtube

 

II Simpósio Internacional Métis – Artes e Semânticas da Criação e da Memória, cujo tema é “Outros nós: poéticas da recusa e da criação” tem como proposta investigar teórica e etnograficamente as diversas concepções da noção de criação, explorando sua polissemia e suas relações com a memória, em consonância com os objetivos do Projeto Temático Fapesp (2020/07886-8) ao qual se liga. A partir da experiência exitosa do I SIM (2024), este segundo simpósio se destaca por promover o encontro entre profissionais de diferentes gerações e subcampos no interior da antropologia e áreas afins, como história, arqueologia, filosofia, arquitetura e artes. Acolhe ainda pessoas de outras áreas do saber, em consonância com uma perspectiva intelectual e política de estabelecimento de diálogos intra e extrauniversitários.

O recorte estabelecido, fruto de reflexões que tiveram lugar na primeira edição, mostra-se deliberadamente provocativo. Isto é: trata-se de partir da ideia de recusa, retirando dela o seu sentido negativo para pensá-la como força criativa que convoca a ação. Tal proposição, associada aos “nós” (no duplo sentido de sujeitos do conhecimento quanto no de trama) permite deslocar e aprofundar os debates sobre composições criadoras, ecologias, matérias, tempo e memória. As reflexões abrem, assim, caminhos para práticas e interpretações contemporâneas, sensíveis a contextos sociais e ambientais emergentes. O II SIM prevê 3 conferências e 4 Encontros Transversais (ET). O caráter experimental do formato adotado, que a ideia de “encontros transversais” busca traduzir, visa não só cruzar, mesclar e metamorfosear temas e especialidades, como também desdobrar interesses e perspectivas, em âmbito nacional e internacional, de modo a realizar um encontro que contribua para ultrapassar fronteiras convencionais da produção de conhecimentos em antropologia.

 

O evento ocorrerá de forma presencial e será transmitido pelo canal Youtube da FFLCH.

 

PROGRAMA DO EVENTO (com os links para transmissão)

 

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25/06 (quarta-feira)

FFLCH – USP, Prédio da Ciências Sociais, sala 8

9h30 – 12h30

Saudações de boas-vindas. Fernanda Arêas Peixoto (USP), Ana Claudia Duarte Rocha Marques (USP), Jorge Luis Mattar Villela (UFSCAR), Uirá Garcia (UNIFESP) e Stelio Marras (USP)

Conferência. Luisa Elvira Belaunde (Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Peru). Panos e cintos: a arte de habitar a casa kichwa lamas na Alta Amazônia peruana

Link para transmissão: https://youtube.com/live/YZBGe4wuzbY 

 

14h30 – 18h

Encontro Transversal 1: Temporalidades, espera, urgências

Organização. Jesser Rodolfo de Oliveira Ramos (USP)

Mediação. Paulo Teixeira Iumatti (USP)

Concepções de tempo costuram múltiplas formas criativas de existir cotidianamente; o tempo se condensa e se dilata, conforme a percepção de sua duração e, como efeito, experimentamos a aceleração da urgência, a angústia da espera e a atenção da hesitação. Este ET busca, assim, aproximar temporalidades e geografias diversas, discutindo como passado, presente e futuro são experimentados, especialmente em situações nas quais as relações são tensionadas, as realidades, desestabilizadas e a memória, recrutada. O que se cria nos intervalos da espera? O que se recusa quando se hesita? O que é criado em meio a urgências cotidianas dos muitos nós? Como atender às urgências sem sacrificar a atenção?

  • Juliana Ramos Boldrin (UNICAMP). Entre esperas e esperanças: as temporalidades da urgência no cotidiano de uma ala hospitalar
  • Luiz Takayama (UFLA). Imagens do tempo em Bergson
  • Mateus Henrique de Faria Pereira (UFOP). Considerações sobre as temporalidades da extrema-direita contemporânea: o bolsonarismo e a urgência pandêmica

Link para transmissão: https://youtube.com/live/MDaBNbOvBbo 

 

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26/06 (quinta-feira)

FFLCH – USP, Prédio da Ciências Sociais, sala 8 

9h – 12h

Encontro Transversal 2: Matérias, tramados, tecnologias

Organização. Manuella Reale (USP)

Mediação. Uirá Felippe Garcia (UNIFESP)

De que maneiras – muitas vezes ambíguas, sinuosas ou contraintuitivas – coletivos recusam e ao mesmo tempo compõem com matérias, técnicas e tecnologias? Este ET parte desta indagação para confabular conexões e tensões entre saberes materiais, tecnológicos e narrativos, buscando refletir sobre modos de conhecimentos que se entrelaçam com formas de fazer, indagando, ainda, como a forma narra mundos, e como ciência e arte se entrelaçam. Trata-se de desfazer, assim, fronteiras entre saberes e práticas que tendem a permanecer separadas – o tecer e o fazer científico, por exemplo – e de atentar também às categorias epistemológicas: suas possibilidades e usos.

  • Tone Walford (UCL). Saberes Incomuns e Conhecimento Comum: um experimento para entrelaçar a justiça de dados ambientais
  • Emerson Giumbelli (UFRGS). Um ritual afro-religioso em um templo católico de Porto Alegre: criatividade e caminhos da memória
  • Fabíola Andréa Silva (USP). Arruinação e construção na aldeia Itaaka: uma contranarrativa awaeté do desenvolvimento

Link para transmissão: https://youtube.com/live/AVajHBIoZR0

 

14h – 16h

Encontro Transversal 3: Terra, água, ecologias

Organização. Gabriela de Paula Marcurio (UFSCAR)

Moderação. Daniela Carolina Perutti (USP)

Trabalhos interessados em uma antropologia da vida e em práticas ecológicas não só vem criticando a centralidade do conceito de “humano” na teoria social, como dialogam com formas de conhecimento e ações sobre o que convencionamos chamar de “meio ambiente”, frente ao brusco processo de destruição e agressões ambientais. Terra e água aparecem como elementos centrais nas lutas e recusas de diversos coletivos, mobilizando uma série de elementos ao redor dessas ideias, desde formas de conservação em diferentes ambientes, cuidado e manejo por recursos naturais e retomadas de coletivos e sujeitos diversos que apontam, todos eles, para a importância das práticas e resistências como formas de criação ecológica. Orientado por essas duas imagens estratégicas, este ET busca relacionar experiências a partir de ecologias diversas, e pensar múltiplas interações humanas e mais que humanas em ambientes onde esses elementos (e outros por eles acionados) aparecem como sujeitos e protagonistas nas formas de criação, ressurgências e lutas, capazes de instituir a própria vida em cenários de composições e coexistências.

  • Camila Pierobon (UFRJ). A divisão moderna entre terra e água e seus efeitos no espaço urbano contemporâneo
  • Fabiana Maizza (UNIFESP). Políticas do solo: dissenso e as práticas do cuidar na Amazônia indígena

 

16h – 18h

Conferência. Pedro Pitarch Ramón (Universidade Complutense de Madri). A comunicação sensorial indígena cria os seres

Link para transmissão: https://youtube.com/live/XZwmR75rFhA

 

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27/06 (sexta-feira)

Centro de Pesquisa e Formação Sesc São Paulo (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4o andar, Bela Vista – São Paulo)*

*É necessário fazer a inscrição no site do CPF Sesc

14h – 17h 

Encontro Transversal IV. Trajetos e contaminações criadoras

Organização. Joaquim Pereira de Almeida Neto (USP)

Moderação. Fernanda Arêas Peixoto (USP)

Com o foco colocado nos estados transitórios e indeterminados das criações, este ET tem como objetivo explorar composições que têm lugar no curso de processos criadores; trata- se de prestar atenção aos contatos e contágios que se observam ao longo de trajetos específicos, e às misturas, desvios e riscos que se insinuam durante as criações. A aposta é que a ênfase nos percursos associada à ideia de contaminação (potente por permitir associar as ideias de propagação e perigo) nos auxilia a escapar de reificações e dualismos – como arte e artesanato, arte e ciência, saberes puros e aplicados – nos convidando também a recusar exclusividades conceituais e metodológicas. A ideia de contaminação criadora não poderia funcionar como um instrumento para sondar associações entre saberes, técnicas e disciplinas? Não teria ela o mérito adicional de deixar à mostra rearranjos, divergências e resistências que acompanham os trajetos criadores?

  • Thiago Mota Cardoso (UFAM). Composições regenerativas: a arte indígena de (re)criar mundos
  •  Alline Torres Dias da Cruz (UFBA). Uma intervenção na “estética da fratura”: a criação imagética e sonora do curta- metragem Descompostura (RJ, 2020)
  • Frederico Canuto (UFMG). Arquiteturas de encontro: poeira, terras, chocalhos e onças

17h30 – 19h

Conferência. Creuza Prumkwỳj Krahô. Cormã ihcahaj jopên xà: meu trabalho como mulher